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Pois é, o interlúdio metamorfoseou para uma ausência. Não que me tenha esquecido do blogue — pelo contrário, pensei inúmeras vezes nele, nos temas que pretendo escrever e nos textos que quero partilhar — mas o tempo insiste em ser inexistente, além da saúde mental permanecer demasiado fragilizada para dar asas a exercícios intelectuais. Tenho um quintilião de livros sobre ética animal para estudar, de modo a apresentar as minhas considerações por aqui, mas nem uma frase consigo apreender sequer. É como se o cansaço fosse uma nimbo-estrato de ferro, bloqueando a minha mente de capacidades básicas como ler e escrever. E, a cada dia que passa ,é como se essa nuvem se enrolasse mais, e mais, e mais, transformando-se num traiçoeiro novelo espinhoso e emaranhado.
E, se de um lado o cansaço é um enorme condicionante, no outro está o pessimismo e a desesperança, filhos das inúmeras tragédias que, impotentes, actualmente assistimos e da desconfortável impressão de que estamos embriagados na apatia e na intolerância. Cada vez mais sinto que o altruísmo e a compaixão estão a desvanecer perigosamente, o que me deixa a pensar se ainda é pertinente semear gentileza numa batalha que parece estar cada vez mais perdida. Antes conseguia sonhar, mesmo estando o mundo doente, mas tudo isso findou. O niilismo só não se assenhoreia de mim porque o coração, apesar de trucidado, todos os dias assiste como o ser humano é bom por natureza e que, precisamente por isso, vale a pena continuar a resistir. A libertação animal parece-me cada vez mais longínqua, tendo em conta como nos temos aprisionado uns aos outros com os grilhões da ganância e do ódio, mas a luta tem de prosseguir, mesmo que seja a minoria a abraçá-la. Esta e outras mais, pela liberdade de todas e de todos, tenha pele, pêlo, penas, escamas ou simples casca.
Finalizado este desabafo, acrescento que continuo sem saber quando voltarei a estar mais activa por estes lados: no entanto, garanto que tanto o blogue como a causa não estão olvidados e que pretendo, assim que me sentir melhor, retornar com consistência. Também tenho intenção de criar uma nova rubrica, enquanto me encontro incapaz de desenvolver conteúdo para os Rascunhos Antiespecistas, com dicas de leituras voltadas para os mais pequenos. Até lá, permanecerei um pouco mais no casulo que teci para me recuperar e deixo-vos com uma espécie de receita de uma espécie de pão de ‘queijo’ (também chamado de pão de beijo ou de pão sem queijo, sendo que o chamo de bolinhas de tofu). Não sei se é propriamente correcto designá-la de receita por ter sido feita a olho, mas é tão saborosa que tinha de partilhar.
Vão precisar de:
Tofu firme
Azeite
Sal fino
Levedura nutricional
Polvilho doce e polvilho azedo
Pré-aqueçam o forno a 180°C.
Esmaguem o tofu até ele ficar o mais despedaçado possível. Acrescentem sal e levedura nutricional a gosto (eu coloco muita levedura, fica espectacular) e azeite o suficiente para obter uma mistura levemente hidratada mas não oleosa e nem demasiado seca. Envolvam tudo muito bem, aproveitando para moer ainda mais o tofu.
Aqui é a parte em que a intuição trabalha com a precaução: coloquem, aos poucos, os polvilhos, um de cada vez. Eu coloco um pouco mais de polvilho doce do que azedo por gostar das bolinhas mais macias, mas se preferem uma capa mais crocante invertam e adicionem um pouco mais de polvilho azedo do que doce. Misturem até obter uma consistência firme mas não dura. O preparado também não pode ficar com uma textura farinhenta: deve estar húmido e sem colar nas mãos limpas e secas.
O preparado necessitará de ficar, sensivelmente, com uma consistência similar a esta. Aqui fiz cerca de 700 gramas de tofu, o que rendeu 22 bolinhas (teria dado mais se uma certa mini madame não tivesse assaltado a tigela continuamente 🌚).
Moldem em bolinhas e distribuam no tabuleiro do forno forrado com papel vegetal, deixando assar por 20 minutos.
Retirem do forno e deixem arrefecer por alguns minutos: quentinhas são deliciosas, mas também são boas frias. Comam tudo e não deixem nada 😊
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A Páscoa é uma celebração religiosa que assenta nos valores da vida e da libertação. Então, porque continuamos a cobrir a mesa festiva com o oposto desses valores, levando ao aumento do número de animais mortos para consumo com a chegada dessa data?
Juntem a não-violência à tradição e façam uma ceia sem ter a crueldade como ingrediente. Nesta lista foram incluídas algumas receitas apropriadas para crianças, diabéticos e intolerantes ao glúten, para ninguém ficar de fora.
Misericórdia quero, e não holocaustos.
Mateus 9:13
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Alerta de spoiler: não há nenhum bolo de alface. Só bolos deliciosos, decadentes e, o mais importante de tudo, sem crueldade ❤
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Cozinhar sem leite, ovos, gelatina e mel? Sim, é completamente possível! Seja como agente de crescimento, de ligação, ou até mesmo para adoçar, existem bastantes ingredientes 100% vegetais que fazem o mesmo trabalho e que não interferem na qualidade e sabor dos pratos.
Neste e-book encontrarão dezenas de alternativas de origem vegetal para todos esses produtos de origem animal, assim como informações importantes, comparação de doses e algumas receitas de fazer água na boca. Vejam como podem fazer panquecas sem ovos, cheesecake sem gelatina, entre outras delícias sem crueldade, e abracem o lado verde da força❤
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Estes hambúrgueres vão fazer as delícias de miúdos e graúdos: para além de saborosos são muito nutritivos (e os animais agradecem). Experimente e deixe as suas papilas gustativas deleitarem-se com o poder das plantas.
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Para além de ser mais criativa, variada e saudável, a alimentação exclusivamente vegetal é perfeitamente compatível com o Natal. Para mostrar isso, juntei 100 receitas veganas que enquadram-se lindamente na ceia natalícia e que mostram como é possível festejarmos esta quadra sem sacrificarmos ninguém. Esqueçam os pratos super previsíveis com peru e bacalhau, não se aborreçam mais por causa das crianças queixarem-se das espinhas e dos nervos e celebrem a vida de todos este ano. Sem crueldade, sem mortes e sem derramamento desnecessário de sangue.
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Com o crescimento do veganismo o número de alternativas vegetais aos produtos animais também aumentou. O queijo, uma dessas alternativas, é cada vez mais fácil de ser encontrado, o que ajuda a motivar os consumidores a experimentar opções igualmente saborosas mas isentas de sofrimento e muito mais saudáveis. Todavia, também existem inúmeras formas de fazer queijo vegetal em casa e que ficam igualmente deliciosas (sem contar que é mais barato). Eis alguns exemplos :)
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Aproveitem o bom tempo para fazer um belo piquenique sem recorrer a alimentos com ingredientes de origem animal. Vejam algumas dicas e tenha um dia maravilhoso e sem crueldade❤
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Como as receitas são uma das coisas mais pedidas por aqui, decidi juntar o útil ao agradável e criar um PDF, totalmente gratuito, com 40 receitas sem quaisquer ingredientes de origem animal, todas elas de sites e blogues diferentes. Desde Portugal ao Brasil, passando pela França, Alemanha, Inglaterra, Canadá, Estados Unidos da América e Áustria, 40 autores aceitaram ceder uma das suas receitas e assim nasceu este guia culinário que revela a variedade de uma alimentação sem crueldade.
Este guia quer passar uma mensagem simples: é totalmente possível comer bem sem explorarmos e matarmos animais, ao mesmo tempo que não sacrificamos os sabores que mais adoramos. A título de curiosidade (e para abrir o apetite), poderão encontrar autênticas delícias como mousse de chocolate, mac 'n' cheese e coxinha.
Para além das receitas, tem informações adicionais sobre o veganismo e um bónus que vai facilitar imenso a vida na hora de cozinhar. Cada receita está identificada pelo autor e pelo site, estando este último com o respectivo link.
A todos os que participaram e tornaram este manual de receitas possível, um muito obrigada ❤
Transferir o PDF aqui
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Mas o tofu não tem gosto.
Carne crua também não.
O tofu é um alimento produzido a partir de grãos de soja. O seu processo de fabricação é similar ao do queijo de origem animal, com a diferença de que não tem hormonas, antibióticos e sofrimento como ingredientes. Oriundo da China, é bastante versátil por absorver facilmente qualquer molho, tempero e marinada; já a nível nutricional, é rico em proteína, fibra, cálcio e ferro. Acreditem, tofu é muito amor num só cubinho branquinho.
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