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O ano é 2025 e ainda ouvimos as mesmas justificações falaciosas e forçadas de há 20 anos ou até mais. Justificações para o injustificável, que é transformar um ser complexo, com sensações e emoções, num mero retalho despersonificado e que, aos nossos olhos, nos deixa bem longe do animal que outrora foi, tornando-o invisível. Uma descaracterização hedionda e tortuosa, transformando grotescamente um indivíduo numa mera comoditização. Que, um dia, estes argumentos, ainda lançados em loop infinito, diminuam até atingirem aquilo que verdadeiramente são – o ridículo. Que, um dia, precisar de contra-argumentar exaustivamente também diminua até deixar de ser necessário: será sinal de que a libertação animal está, finalmente, cada vez mais perto de ser conquistada. Até lá, continuemos a mostrar que todas as bases que sustentam estes hábitos especistas não são mais do que puramente infundados.
“Os nossos antepassados não aprenderam a fazer fogo para comer carne cozida e evoluir até onde estamos hoje para eu comer mato e começar o retrocesso.”
Os nossos antepassados descobriram o fogo e, agora, podemos usar esse fogo para cozinhar alimentos que não implicaram exploração e morte desnecessárias.
“Nós somos superiores aos animais.”
Ao longo dos séculos, o uso e abuso das diferenças (físicas, biológicas, entre outras) foram um entrave para a evolução civilizacional. Os esclavagistas defendiam que se explorassem negros referindo como estes eram menos inteligentes; os homens maltratavam as mulheres por considerarem-nas mais fracas fisicamente e intelectualmente; povos indígenas foram massacrados pelas mesmas razões, bem como crianças foram continuamente negligenciadas por serem mais vulneráveis do que os adultos. Se ainda hoje esse tipo de discriminações acontece, levando a acções violentas e criminosas, é por muitos insistirem que essas diferenças encontram-se acima de qualquer condição moral que garanta os plenos direitos a todo e qualquer indivíduo. Não passa de puro egoísmo que visa, exclusivamente, a protecção dos interesses pessoais de alguns em detrimento dos outros.
Essa desconsideração que leva o ser humano a classificar-se superior encontra-se também, e em larga escala, no modo como continuamos a tratar os animais não-humanos. Não é a inteligência, a força física, a capacidade moral, entre outros factores desse género, que definem a defesa da equidade. Se assim o fosse, um porco merecia ter mais direitos do que uma criança de três anos já que é mais inteligente. Se assim o fosse, indivíduos num estado avançado de demência não teriam direitos, já que perderam a sua capacidade moral.
Não são as nossas aptidões que nos tornam superiores aos animais não-humanos e que permitem que os exploremos para o nosso benefício. Os animais, assim como nós, sofrem — e, assim como nós, têm o interesse de não sofrer.
Mas os leões também matam animais para comer.
Estou perdida: primeiro nós podemos comer animais porque somos mais inteligentes do que eles, e agora podemos comer animais porque outros animais também o fazem? Afinal, em que ficamos?
Só o facto de não sermos leões é suficiente para esta comparação não ter sequer cabimento. Os leões não criam animais em massa: não os inseminam artificialmente, nem os manipulam geneticamente. Não matam mais de um milhar de animais por segundo e não os retalham em pedaços para serem dispostos em prateleiras comerciais. Eles, e outros animais carnívoros, necessitam de comer animais ao contrário de nós. Para eles é uma questão de sobrevivência, não de escolha.
Só o facto de não sermos leões é suficiente para esta comparação não ter sequer cabimento. Os leões não criam animais em massa: não os inseminam artificialmente, nem os manipulam geneticamente. Não matam mais de um milhar de animais por segundo e não os retalham em pedaços para serem dispostos em prateleiras comerciais. Eles, e outros animais carnívoros, necessitam de comer animais ao contrário de nós. Para eles é uma questão de sobrevivência, não de escolha.
Se temos competências racionais que nos separam da vontade superficial instintiva, e se temos também princípios morais que nos leva a questionar como devemos tratar os outros, porque não abrangemos essa capacidade e esses princípios em coisas tão simples como a alimentação?
E pelos vistos os supermercados, com os cadáveres previamente preparados e embalados, substituíram a savana de outros tempos.
Os nossos antepassados caçavam. Nós somos caçadores por natureza.
O ser humano foi caçador-colector há milhares de anos e caçava por sobrevivência e necessidade. Com o tempo evoluiu, sedentarizou-se, formou-se civilizacionalmente, começou a cultivar os seus próprios alimentos, adquiriu novos hábitos, novos pensamentos e novas preocupações sociais, políticas, religiosas, interpessoais, intrapessoais e morais. Nós somos fruto de uma evolução a todos os níveis e, actualmente, vivemos numa época em que a senciência animal é um facto e não uma suposição. Um caçador-colector sabia lá que os animais sofriam – provavelmente nem sequer tinha uma designação para classificar os animais. Para além disso, eles não conheciam e não tinham à sua disposição os milhares de produtos de origem vegetal que hoje temos. Simplesmente não faz sentido nenhum insistir nos costumes passados quando o presente é totalmente diferente.
Tu não és perfeitinha, sabes? Quando andas pela rua pisas e matas formigas, por isso só estás a perder o teu tempo.
O ser humano evoluiu quando começou a comer carne, pelo que a evolução estagnará se deixarmos de a consumir.
“Este argumento adopta uma visão que alterna uma abordagem darwiniana da evolução com um ultrapassado olhar lamarckista. Em relação ao passado, ele pode até ter algum sentido, se forem ignorados os questionamentos existentes sobre o passado alimentar distante do ser humano. Mas erra ao dizer que o vegetarianismo compromete a evolução humana, uma vez que a sedentarização e modernização das sociedades humanas tornou a nossa espécie livre das pressões selectivas naturais que outrora nos teriam requerido uma alimentação omnívora. Os humanos das sociedades modernas (...) já não precisam de caçar, nem mesmo de matar qualquer animal com fins de consumo alimentar.
Há uma alegação semelhante paralela, de que o ser humano precisou de carne para aumentar o seu volume cerebral e, por isso, o vegetarianismo ameaça causar um retrocesso. Mas ela tem uma essência basicamente lamarckista, baseada na transferência hereditária não genética de mudanças corporais e já refutada pela teoria darwiniana e pela genética mendeliana, ao crer que o cérebro aumentará à medida que as pessoas continuem a comer carne (...).”
Não cheguei ao topo da cadeia alimentar para comer alface.
E se parares numa ilha deserta e só estiver lá uma galinha?
– Sempre tenho companhia;
– Cuido da galinha, chamo-a de Mimi e vamos viver grandes aventuras;
– Como raio a galinha foi parar a uma ilha deserta?
– E porque raio irei parar a uma ilha deserta?
Se todos virassem vegetarianos, os animais utilizados para consumo deixariam de ser úteis e extinguir-se-iam.
Este é um dos raciocínios que mais me confunde, tanto por carecer de lógica como por existir outro totalmente oposto: de que, se pararmos de comer animais, estes serão em demasia e tomarão conta de tudo. Só a disparidade destes dois raciocínios mostra a falácia presente em ambos.
“Temos de perceber que a produção de produtos de origem animal assenta numa base de oferta e procura; isso significa que, quando vamos a um supermercado e compramos determinados produtos, estamos a exigir que estes continuem a ser fornecidos.Ademais, afirmar a “utilidade” que os animais têm para o humano é uma objectificação clara dos mesmos. Acabamos por esquecer que possuem um propósito na vida e consideramos correcto explorá-los para nosso benefício.
Os fazendeiros não criarão animais que sabem que não conseguirão vender, simplesmente por não ser viável economicamente. Se aliarmos isso com o facto de que o mundo não se tornará vegano de um dia para a noite, o processo será gradual durante um longo período de tempo, o que significa que quantas mais pessoas se tornarem veganas, cada vez menos animais serão criados para a produção de derivados de animais. Assim, num cenário em que todas as pessoas são veganas, não haverá uma situação em que tenhamos biliões de animais vivos a andar por aí, em que ou os tenhamos de libertar na Natureza ou que os tenhamos de matar, porque o número de animais que estão a ser criados diminuirá de acordo com a proporção de pessoas veganas.
Quanto ao outro argumento, de que se os animais não forem criados para consumo acabarão extintos, podemos vê-lo desta forma: se não criássemos estes animais eles não existiriam de qualquer das maneiras, visto que eles são fruto de uma selecção e mutação genética por nós criadas. Por causa dessas mutações, dificilmente esses animais conseguiriam sobreviver sozinhos na Natureza, pelo que precisam dos humanos para cuidar deles, algo que os santuários já fazem.
Além de tudo isso, ao erradicarmos a pecuária estamos a permitir que os habitats naturais (os que foram destruídos por causa dessa indústria) ressurgem, o que também permite que a vida selvagem e a biodiversidade natural floresçam.”
Argumentar que as vacas, os porcos e as galinhas vão extinguir-se se pararmos de comê-los leva a recordar o que os apoiantes da tauromaquia ameaçam constantemente: que o fim das touradas levará ao desaparecimento do touro bravo (e sabemos que isso não é verdade).
A minha comida caga na tua.
Esta é já um clássico: nem pode ser considerada um argumento, mas precisava mesmo de a incluir aqui. Considerem-na um bónus na categoria de tesourinhos deprimentes.
As vacas, os porcos e até mesmo os peixes ingerem
os seus próprios dejectos. Nas pecuárias, a higiene é tão nula que os animais acabam por não ter outra opção senão comer o que sujaram com as suas fezes. Os seus insumos também não escapam incólumes: por exemplo, um ovo é poroso, pelo que fica
facilmente contaminado com matéria fecal, e o leite de vaca é uma
miscelânea de fezes, sangue e células somáticas que a pasteurização não consegue eliminar por completo. Mas sempre é mais fácil cuspir uma frase sem sentido e em tom de deboche triunfante do que pensar um pouco nesses pormenores demasiado óbvios 🙃
Imagem: Pexels

Por mais que tentemos desligar os movimentos sociais uns das outros, a verdade é que estes permanecem interligados. Negá-lo só ajuda a fortalecer ainda mais os problemas que procuramos resolver e as opressões que sonhamos em dissolver. E o veganismo não é excepção.
A importância de encarar o veganismo como luta política no colectivo — fugindo da imagem que ergue maioritariamente, como um estilo de vida e mero consumo individual — é fulcral para conseguirmos as tão desejadas jaulas vazias. Para isso, tal óptica requer compreender como as discriminações se comunicam – mostrando, assim, que sem libertação humana não poderá haver libertação animal.
The Smell Of Money abre uma janela para visualizarmos um pouco esse vínculo – neste caso, entre o especismo e o racismo, no qual a natureza também é afectada. O documentário denuncia os impactos sofridos pelos habitantes de Duplin, na Carolina do Norte, EUA, causados pela Smithfield, uma das maiores exploradoras de porcos. Os moradores são predominantemente negros e, apesar da batalha judicial que decorre há décadas, a empresa continua a escudar-se com a indiferença e parca influência política, visto a Carolina do Norte permitir que pecuárias descartem os dejectos dos animais borrifando-os pelo ar com recurso a máquinas. As consequências são terríveis: restrição de ar puro e pouco acesso a água limpa, bem como os excrementos revestem constantemente as paredes exteriores das casas.
Entre 2018 e 2019, um dos juízes que tratou deste processo referiu que, se fossem mansões de ricos e políticos, no lugar de pessoas pobres, a celeuma teria sido imediatamente resolvida com o cessar da empresa pecuária. A sua declaração, brutalmente crua mas necessária, escancara como o sistema ignora descaradamente indivíduos de certas classes e etnias, bem como não olha a meios para transformar animais em lucro.
Kate Mara, uma das produtoras do documentário, declarou: “Esperamos que o filme enfureça as pessoas pelo flagrante desrespeito da pecuária pelo bem-estar animal, ambiental e pelas comunidades carentes, nas quais a indústria instala-se e destrói vidas. Não podemos continuar com o nosso actual sistema alimentar e ignorar o racismo ambiental que assola estas comunidades.”
O documentário está actualmente a ser exibido em alguns cinemas estadunidenses e, de acordo com o site oficial, ficará brevemente disponível em streaming. Vejam o trailer abaixo:
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Vou começar este texto contando o que sucedeu quando resolvi parar de comer animais. Tomei a decisão aos dezoito anos quando encontrei, por acaso, imagens e vídeos da realidade que os matadouros e as pecuárias procuram ocultar: a gritaria misturada com a quantidade absurda de sangue espalhada por todo o lado foi como um clique na parte do meu cérebro que esteve adormecida durante todo aquele tempo perante o óbvio. Só consegui pensar como é incrível o que os costumes familiares, as raízes tradicionais e a manipulação dos anúncios alimentícios conseguiam fazer num indivíduo: uma lavagem cerebral, de tal modo abrupta, que nem paramos para questionar sobre quem estamos a comer. Fiquei horrorizada com a cumplicidade que estava a ter para com este sector — porque quem compra para consumir está a pagar para matar — e deliberei a interrupção imediata do consumo de carne.
publicado em

Na Bíblia está escrito que os animais foram criados para servir o Homem, pelo que podemos usá-los à vontade.
Para além de ser um argumentum ad antiquitatem (apelo à antiguidade), esta afirmação:
• É implicitamente uma petição de princípio (raciocínio circular: Na Bíblia está escrito que podemos comer animais, pelo que podemos comer animais porque está escrito na Bíblia);
• Leva frequentemente ao bulverismo (considera-se a priori que o oponente está errado, mas, no lugar de o refutar, tenta-se explicar porque o oponente o usa, sendo uma falácia ad hominem circunstancial. Por exemplo: Não aceitas que Deus criou os animais para serem comidos porque não leste a Bíblia / és ateia / a tua religião não é cristã / etc.).
Basicamente, defende que os animais podem ser usados e mortos para os nossos fins porque tal encontra-se numa obra criada com base num argumento ontológico. Um argumento ontológico é todo e qualquer argumento que defende a existência de Deus através da ideia de que Ele é obrigatoriamente um ser perfeito e, portanto, a sua existência é necessária e certa (que, por acaso, é outra petição de princípio). Tendo em conta que a Bíblia é o reflexo escrito dessa entidade divina sumamente perfeita, tudo o que encontra-se nela é verdadeiro e válido, incluindo a exploração dos animais.
• É implicitamente uma petição de princípio (raciocínio circular: Na Bíblia está escrito que podemos comer animais, pelo que podemos comer animais porque está escrito na Bíblia);
• Leva frequentemente ao bulverismo (considera-se a priori que o oponente está errado, mas, no lugar de o refutar, tenta-se explicar porque o oponente o usa, sendo uma falácia ad hominem circunstancial. Por exemplo: Não aceitas que Deus criou os animais para serem comidos porque não leste a Bíblia / és ateia / a tua religião não é cristã / etc.).
Basicamente, defende que os animais podem ser usados e mortos para os nossos fins porque tal encontra-se numa obra criada com base num argumento ontológico. Um argumento ontológico é todo e qualquer argumento que defende a existência de Deus através da ideia de que Ele é obrigatoriamente um ser perfeito e, portanto, a sua existência é necessária e certa (que, por acaso, é outra petição de princípio). Tendo em conta que a Bíblia é o reflexo escrito dessa entidade divina sumamente perfeita, tudo o que encontra-se nela é verdadeiro e válido, incluindo a exploração dos animais.
Para além disso, a Bíblia foi escrita por homens e, por mais que tenham sido agraciados com a inspiração divina, obviamente que os seus limites e imperfeições enquanto seres humanos influenciaram o modo como escreveram. Não é por acaso que a Bíblia é ambivalente: tanto defende a vida dos animais como a despreza. Quem utiliza a Bíblia para defender a exploração dos animais apoia-se somente em versículos que perpetuam essa exploração e menospreza os capítulos que ditam precisamente o contrário.
Se Deus é inquestionavelmente justo, como poderia criar seres sencientes com a finalidade de serem explorados e mortos?
Por fim, a Bíblia tem passagens que, para
além da exploração dos animais, também aparentam
incentivar o homicídio, o infanticídio, o incesto e a
desumanização da mulher – e (quase) todos nós sabemos que tamanhas atrocidades são erradas.
Se um homem vender sua filha como escrava, esta não lhe sairá como saem os escravos. — Êxodo, 21:7Há pessoas que classificam estes versículos como metáforas ou parábolas e, como tal, podem ter várias interpretações, pelo que não devemos levá-los à letra e usá-los para criticar negativamente o conteúdo presente na Bíblia. Esta observação é válida, assim como é válida, por exemplo, a leitura metafórica que muitas pessoas têm sobre a multiplicação dos peixes, em que Jesus, na verdade, repartiu maná (um alimento produzido milagrosamente e que tem um sabor semelhante aos bolos de mel). Existem múltiplas análises para uma só passagem bíblica, incluindo as referentes aos animais, pelo que a Bíblia não é uma prova objectiva de que os animais existem para os nossos interesses.
[Deus castiga crianças por estas terem troçado de um profeta]
Então, subiu dali a Betel; e, indo ele pelo caminho, uns rapazinhos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe:
Sobe, calvo! Sobe, calvo!
Virando-se ele para trás, viu-os e os amaldiçoou em nome do Senhor; então, duas ursas saíram do bosque e despedaçaram quarenta e dois deles. — 2 Reis, 2:23-24
Se um homem casar com uma mulher, e, depois de coabitar com ela, a aborrecer,
e lhe atribuir actos vergonhosos, e contra ela divulgar má fama, dizendo: Casei com esta mulher e me cheguei a ela, porém não a achei virgem,
então, o pai da moça e sua mãe tomarão as provas da virgindade da moça e as levarão aos anciãos da cidade, à porta (...)
Porém, se isto for verdade, que se não achou na moça a virgindade,
então, a levarão à porta da casa de seu pai, e os homens de sua cidade a apedrejarão até que morra, pois fez loucura em Israel, prostituindo-se na casa de seu pai; assim, eliminarás o mal do meio de ti. — Deuteronómio, 22:13-21.
Quem for achado será trespassado; e aquele que for apanhado cairá à espada.
Suas crianças serão esmagadas perante eles; a sua casa será saqueada, e sua mulher, violada.
Eis que eu despertarei contra eles os medos, que não farão caso de prata, nem tampouco desejarão ouro.
Os seus arcos matarão os jovens; eles não se compadecerão do fruto do ventre; os seus olhos não pouparão as crianças. — Isaías, 13:15-18
Ao anoitecer, vieram os dois anjos a Sodoma, a cuja entrada estava Ló assentado; este, quando os viu, levantou-se e, indo ao seu encontro, prostrou-se, rosto em terra. (...)
Mas, antes que se deitassem, os homens daquela cidade cercaram a casa, os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados;
e chamaram por Ló e lhe disseram: Onde estão os homens que, à noitinha, entraram em tua casa? Traze-os fora a nós para que abusemos deles. Saiu-lhes, então, Ló à porta, fechou-a após si e lhes disse: Rogo-vos, meus irmãos, que não façais mal;
tenho duas filhas, virgens, eu vo-las trarei; tratai-as como vos parecer, porém nada façais a estes homens, porquanto se acham sob a protecção do meu tecto. — Génesis, 19:1-8
Então, a primogénita disse à mais moça: Nosso pai está velho, e não há homem na terra que venha unir-se connosco, segundo o costume de toda terra.
Vem, façamo-lo beber vinho, deitemo-nos com ele e conservemos a descendência de nosso pai. (...)
E assim as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai. — Génesis, 19:31-36
Não matarás. — Êxodo, 20:13
E disse Deus ainda [a Adão e Eva]: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que se dê semente; isso vos será para mantimento.
E todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez. — Génesis, 1:29-30
O que imola um boi é como o que comete homicídio; o que sacrifica um cordeiro,
como o que quebra o pescoço a um cão (...) — Isaías, 66:3
Misericórdia quero e não holocaustos. — Mateus, 9:13
Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se. (...) Então, disse Daniel ao cozinheiro-chefe, a quem o chefe dos eunucos havia encarregado de cuidar de Daniel, Hananias, Misael e Azarias:
Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos dêem legumes a comer e água a beber. (...) Ele atendeu e os experimentou dez dias.
No fim dos dez dias, a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei.
Com isto, o cozinheiro-chefe tirou deles as finas iguarias e o vinho que deviam beber e lhes dava legumes. — Daniel 1:8-16
Mas pergunta agora às alimárias [animais irracionais],
e cada uma delas te ensinará;
e às aves dos céus,
e elas to farão saber.
Ou fala com a terra, e ela te instruirá;
até os peixes do mar to contarão. — Jó 12:7-8
O justo atenta para a vida
dos seus animais,
mas o coração dos perversos é cruel. — Provérbios 12:10
O Senhor é bom para todos,
e as suas ternas misericórdias
permeiam todas as suas obras. — Salmos, 145:10
O Senhor ampara os humildes
e dá com os ímpios em terra. (...)
e dá o alimento aos animais
e aos filhos dos corvos, quando clamam. — Salmos, 147:6-9
Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia. — Mateus, 5:7
Até quando estará de luto a terra, e se secará a erva de todo o campo? Por causa da maldade dos que habitam nela, perecem os animais e as aves; porquanto dizem: Ele não verá o nosso fim. — Jeremias, 12:4
O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará.
A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; o leão comerá palha como o boi. (...)
Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar. — Isaías, 11:6-9
*
“Não matarás” não se aplica apenas ao assassinato de seres humanos, mas ao assassinato de qualquer ser vivo; e este mandamento foi inscrito no coração do homem muito antes de ser proclamado do Sinai. — Leo Tolstoy
publicado em

Muitos de nós dizemos que gostamos de animais ou, pelo menos, concordamos que eles têm o direito de viver. Dizemos que nunca seríamos capazes de lhes fazer mal e, no entanto, comemo-los. Comemo-los e não encontramos quaisquer incoerências perante essa acção e as nossas crenças. E assim continuamos a nossa vida, amando e comendo animais simultaneamente.
publicado em

Comer carne será mesmo uma escolha pessoal, tendo em conta que envolve vítimas? E, apesar de serem vítimas não-humanas, não será a capacidade senciente delas suficiente para questionar se é mesmo uma escolha pessoal? E precisaremos mesmo de gostar dos animais para os respeitarmos e, com isso, compreendermos as consequências brutais dessas mesmas escolhas?
Estas e outras colocações especistas continuam bem actuais — mesmo com toda a informação científica, moral e social relativa aos animais —, prova sólida da força dos nossos hábitos e como estes continuam a despersonificar e a comoditizar criaturas tão susceptíveis às emoções quanto nós.
Aqui apresento resposta contra essas e outras, mas ao fim de quase 8 anos de veganismo aprendi uma coisa: toda esta batalha argumentativa e contra-argumentativa, entre a desobediência ética e o carnismo acomodado, só opera substancial mudança quando deixamos de ver a justiça como antropocêntrica e a colocamos ao serviço de todos os que sofrem. Em suma, quando colocamos o respeito acima do nosso estômago. E, por isso, aos que comem animais e que estas linhas leiam, convido-os a colocar numa balança e concluir o que tem mais peso: momentos supérfluos de gula ou não fazer mal a ninguém, mesmo que tenha pêlo, plumas ou escamas no lugar de pele desnuda? O que será verdadeiramente difícil: não comer animal ou ser o animal, violentado desde a nascença, nascido para morrer?
Um aparte: algumas das inferências foram retiradas de um único comentário deixado por um indivíduo numa rede social (mais concretamente num grupo pelos direitos dos animais, o que é lamentavelmente irónico).
publicado em
O que é o foie gras?

O foie gras é o fígado de um pato ou ganso que foi superalimentado, chegando a atingir um tamanho seis a dez vezes superior ao normal. Isso deve-se porque o órgão adoece, entrando em lipidose hepática.
publicado em

Usamos infinitas desculpas para continuar a justificar, eufemizar e perpetuar a exploração, tortura e morte de biliões de animais explorados para consumo mas, no fundo, sabemos como eles sofrem e partilham capacidades emocionais similares às nossas. Aliando esse facto incontornável aos benefícios de uma alimentação vegetariana, tanto para a saúde como para o planeta, as razões para deixar os animais fora do prato são mais fortes do que continuar a comê-los – e estes 10 documentários comprovam-no.

Amy Jones e Paul Healey deixaram as suas vidas em Londres para documentarem a situação dos animais que são explorados em todo o mundo. Em 2018 criaram o Moving Animals, uma plataforma fotográfica que visa a divulgação do abuso e sofrimento dos animais.
17/01/2019
Dieta vegetariana eliminaria mais de 8,000 casos de cancro por ano no Reino Unido, diz estudo

Um estudo revelou que uma alimentação vegetariana poderia reduzir, drasticamente, o número de casos anuais de cancro no Reino Unido. Só o corte do consumo de carne vermelha e processada levaria a menos 8,800 casos de cancro.
publicado em
08/01/2019
Precisamos de parar de comer carne para reduzir a crise climática, diz Sir David Attenborough

Sir David Attenborough afirmou que a humanidade, para o bem do planeta, tem de abandonar o consumo de carne.
publicado em

Kelly O'Meara e Mia, uma golden retriever que foi resgatada de um matadouro sul-coreano. O'Meara é directora sénior do departamento dos Animais de Companhia do HSI, uma das organizações que mais luta pelo fim do comércio de carne de cão. Fotografia: Jean Chung/HSI
O maior matadouro de cães da Coreia do Sul foi encerrado pela prefeitura de Seongnam, que planeia transformar o espaço, onde centenas de milhares de cães foram mortos, num parque comunitário.
O maior matadouro de cães da Coreia do Sul foi encerrado pela prefeitura de Seongnam, que planeia transformar o espaço, onde centenas de milhares de cães foram mortos, num parque comunitário.
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