Kelly O'Meara e Mia, uma golden retriever que foi resgatada de um matadouro sul-coreano. O'Meara é directora sénior do departamento dos Animais de Companhia do HSI, uma das organizações que mais luta pelo fim do comércio de carne de cão. Fotografia: Jean Chung/HSI
O maior matadouro de cães da Coreia do Sul foi encerrado pela prefeitura de Seongnam, que planeia transformar o espaço, onde centenas de milhares de cães foram mortos, num parque comunitário.
O maior matadouro de cães da Coreia do Sul foi encerrado pela prefeitura de Seongnam, que planeia transformar o espaço, onde centenas de milhares de cães foram mortos, num parque comunitário.
Para os defensores dos animais, o encerramento deste matadouro é um momento marcante no desaparecimento do comércio da carne de cão, bem como um reflexo de que esse mesmo comércio é cada vez mais indesejável na sociedade sul-coreana. A Humane Society International/Korea, a Korea Animal Rights Advocates e a Korean Animal Welfare Association participaram no encerramento para testemunhar o “acontecimento histórico”.
“Tanto como cidadã coreana como activista pelos animais, o encerramento histórico deste famigerado matadouro foi bastante comovente para mim”, disse Nara Kim, activista pela campanha contra a carne de cão do HSI/Korea.
“Estremeço só de pensar nos milhões de cães que terão encontrado um destino horrível neste lugar ao longo dos anos. [Este matadouro] foi uma mancha na cidade de Seongnam e estamos satisfeitos por vê-la apagada.”
Hynji Kim, da Korea Animal Rights Advocates, corrobora com esta declaração. “Temos feito esforços constantes para fechar o matadouro de Taepyeong-dong, tanto através de investigações como pressionado a província de Gyeonggi e Seongnam-si.”
“Como o mais brutal matadouro ilegal de cães da Coreia, o Taepyeong-dong é conhecido por fornecer enormes quantidades de cadáveres para o mercado internacional de Moran, em Seongnam. O seu encerramento é um evento histórico e pode provocar o fechamento de outros matadouros ilegais em todo o país.”
Taepyeong
Taepyeong tem seis matadouros individuais, cinco dos quais serão imediatamente demolidos; a permissão para destruir o sexto edifício não foi conseguida a tempo, mas todas as jaulas serão destruídas e os equipamentos removidos para que todo o matadouro não fique mais operacional, de acordo com a HSI.
Além do fecho dos matadouros, a operação culminará no encerramento do último fornecedor de tijolos e argamassa que também vende cães vivos em Moran, acrescenta a organização.
Moran já foi o maior mercado de carne de cão na Coreia do Sul, sendo que nos últimos tempos as lojas que vendem essa carne diminuiu graças ao trabalho das autoridades locais. Embora ainda existam barracas ambulantes que vendem carne de cão, o encerramento permanente do fornecedor que vendia cães vivos representa uma grande vitória no desmantelamento deste infame negócio.
Consumo de carne de cão na Coreia do Sul
O fim de Taepyeong ocorre precisamente quando o consumo de carne de cão está a diminuir significativamente na Coreia do Sul, particularmente entre os mais jovens. De acordo com a HSI, uma pesquisa realizada pela Gallup Korea, em Junho de 2018, revela que 70% dos sul-coreanos dizem que não comerão carne de cão no futuro. Vários movimentos legislativos recentes reflectem o crescente desconforto social com esse comércio.
Em Abril deste ano, um fazendeiro foi multado por abater cães pelo Tribunal Distrital de Incheon, em Bucheon, que decidiu que o consumo destes animais não era uma justificação legal para matá-los. Em Agosto, foi anunciado que não haverá mais abatedouros de cães no mercado Kyungdong, em Dongdaemun, a partir de 2019.
Também foi em Agosto que a Casa Azul prometeu considerar a remoção de cães e gatos da definição legal de gado.
Significativamente, durante o mesmo mês, a Casa Azul do Presidente Moon Jae-In prometeu considerar a remoção de cães e gatos da definição legal de gado.
O comércio de carne de cão está a colapsar
A Korea Animal Welfare Association tem lutado afincadamente contra o comércio de carne de cão durante muitos anos. Iltaek Chae, um dos membros dessa organização, declarou: “Os matadouros em Taepyeong acumularam a sua riqueza graças à morte de centenas de milhares de cães ao longo dos anos. Espera-se que o encerramento deste horrível matadouro de cães possa, futuramente, deter o sofrimento de mais cães e ajudar a desencadear o colapso desta indústria na Coreia.”
Precisamos de falar dos que continuam esquecidos
Ao mesmo tempo que o encerramento permanente do maior matadouro ilegal da Coreia do Sul representa um enorme avanço para o fim gradual de toda a indústria de carne de cão no país, o certo é que a demanda pela carne dos outros animais aumentará e levará, consequentemente, a um maior consumo de vacas, porcos e frangos. Assim como os cães, todos esses animais também são indivíduos com personalidade própria e capazes de sentir dor, medo e fome. Assim como a crueldade presente nas indústrias de carne de cão, o mesmo decorre todos os dias nas indústrias que exploram outros animais também para consumo. Se conseguimos perceber o quanto é errado comer carne de cão, também temos a capacidade de estender essa compreensão para os outros animais, que são ainda mais vitimados e invisibilizados pelos nossos costumes alimentares.
Nenhum animal merece morrer por cinco minutos de gula. Que a empatia que sentimos por uns seja atribuída aos restantes.
Notícia traduzida e adaptada de Plant Based News
Notícia traduzida e adaptada de Plant Based News
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