PETIÇÃO PELA ABOLIÇÃO DA GARRAIADA NA QUEIMA DAS FITAS EM COIMBRA
Assinem e partilhem
Apesar da contestação cada vez mais crescente contra esta prática, a garraiada continua a fazer parte do evento tradicional da Queima das Fitas em Coimbra. No ano passado, numa tentativa de apaziguar os ânimos, foram excluídos os toureiros, forcados e bandarilheiros (típicos em novilhadas) e afirmou-se, placidamente, que a violência contra os animais foi
excluída
com esta decisão – e que, por isso, a garraiada permanecerá na Queima das Fitas sem que problemas possam ser, agora, levantados.
Este pensamento simultaneamente ingénuo e egoísta olvidou dois pontos essenciais e que nenhum espectáculo com animais respeita: a perpetuação da exploração dos mesmos com vista a satisfazer interesses exclusivamente humanos e a crueldade que permanece existente na consequência dessa exploração. Porque não é só a violência física que existe: também há a psicológica.
• Os bovinos são bastante sensíveis e conseguem experimentar sensações emocionais semelhantes às nossas, tais como euforia, ansiedade e medo;
• Ser retirado do seu habitat constitui, por si só, uma violência;
• Os animais são deixados sem água e alimento durante doze horas. Estas privações são premeditadamente aplicadas para que o bovino fique suficientemente enfraquecido e não tenha muitas hipóteses de se defender;
• Depois de longas horas num compartimento escuro (neste caso, num camião de transporte), o animal é levado para a arena, local amplamente iluminado e com bastante ruído. Esta mudança abrupta de ambiente deixa-o desorientado e stressado;
• As arenas são redondas para impedir que os animais, assustados, possam encostar-se a um canto;
• Violência física existe na garraiada sim: os animais levam socos, pontapés, empurrões e puxões de cauda (que facilmente geram luxação das vértebras, já que a cauda é um prolongamento da coluna vertebral);
• Em casos extremos, chegam a morrer devido a lesões internas. Se aguentarem, como as lesões tornam-nos inúteis para outros espectáculos, acabam por ser abatidos.
Não existe razão para manter uma tradição que envolve tortura e humilhação
• Em 2015, menos de 4% de estudantes pagaram para ver a garraiada. Esta percentagem inclui todos os bilhetes comprados (cerca de 1500), sendo que a garraiada pode ser vista por qualquer indivíduo, estudante ou não. Isso pressupõe que a verdadeira quantidade de estudantes participantes seja ainda menor;
• Segundo uma notícia publicada no JN (em 13 de Maio de 2015), o Dux Veteranorum de Coimbra não conseguiu comentar sobre a actividade que ele próprio defende e promove, referindo que desconhece o que "a garraiada tem de bom ou de mau";
• A garraiada de 2014 implicou o gasto de mais de 30.000 €. Entre 2008 e 2015, mais de 132.000.000 € foram usados;A Queima das Farpas, organização desta iniciativa (e que tem feito um trabalho extraordinário por estes animais), também criou uma carta-modelo para ser enviada. Encarecidamente solicito dois minutos do vosso tempo para o envio dessa missiva (adicionem-se no evento e convidem também amigos).
Destinatários: geral@academica.pt; cveteranos@gmail.com; geral@queimadasfitascoimbra.pt; gbreitor@uc.pt
CC: queimadasfarpas@gmail.com
Mensagem sugerida:
A garraiada é uma actividade que lesiona física e psicologicamente os animais envolvidos. Não há razão alguma para incluirmos animais numa festa de estudantes!
Consideramos que a capacidade de ver um mundo novo e a coragem de lutar por ele é a verdadeira tradição Coimbrã que não podemos deixar morrer e por isso aqui estamos a pedir que se acabe com o uso de animais na garraiada, tradição que nos envergonha enquanto universidade e comunidade.
Pedimos a todos os organizadores da Queima das Fitas de Coimbra que não se demitam de nos representar e que oiçam de vez as exigências de toda a comunidade, não apenas a estudantil.
Exigimos a todas as entidades relacionadas com a nossa cidade ou com a Universidade de Coimbra que tomem uma posição pública contra este evento.
- fim da mensagem -
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Mais uma vez, precisamos de ser a voz daqueles que não se podem defender: assinem e partilhem maximamente a petição contra esta barbárie. Costumes anacrónicos e criadores de sofrimento não devem ter lugar numa civilização educada e evoluída.
Basta de crueldade!
Imagem | Público
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