Nos meus primeiros anos sem comer animais, muitas pessoas procuraram provocar-me sarcasticamente com perguntas que elas próprias sabiam ser ridículas: uma delas foi, precisamente, sobre as plantas.
Antes de entrar no assunto, necessito de referir que nunca vi alguém realmente preocupado com a vida das plantas a não ser que esteja a atacar e a tentar derrubar o veganismo. Também necessito de referir que é uma enorme coincidência, com o crescimento do veganismo, surgir centenas de artigos supostamente científicos que confirmam a senciência das plantas, quando há uns anos, em que o vegetarianismo e o veganismo não eram tão visíveis como hoje, ninguém pensava sequer em escrever artigos desses.
Adiante:
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As plantas não possuem sistema nervoso: só por aí conclui-se que elas não são sencientes. É no sistema nervoso que são transmitidos sinais entre as diferentes partes do organismo, sendo a dor uma manifestação que provoca estímulos enviados pelos nervos ao cérebro. Este, por sua vez, envia esses estímulos ao córtex motor para que haja reacção. Pequenos animais que têm gânglios cerebrais também conseguem experimentar dor.
As plantas são seres vivos que possuem paredes celulares de celulose, desprovidos de órgãos nervosos ou sensoriais. Os animais não têm células com paredes de celulose, mas possuem os referidos órgãos.
Jamais ocorreria a um fisiologista de animais ou de plantas testar se estas possuem consciência, pois, o seu conhecimento seria suficiente para descartar a possibilidade de que elas tivessem percepções ou sentimentos semelhantes aos humanos. Em termos leigos, as plantas não têm cérebro nem nada semelhante a um cérebro.
Os estudos da sensibilidade das plantas acabam por ser inconclusivos, nunca são repetidos (é um pré-requisito para uma experiência científica tornar-se válida) e alguns cientistas consideram-nos como verdadeiras fraudes. O caso mais conhecido é o de Cleve Backster, cujos resultados foram amplamente rejeitados pelo corpo científico.
Algumas plantas respondem a estímulos: todavia, responder a estímulos não é indicador de senciência. Até organismos não-vivos, como as proteínas, fazem-no, e é senso comum que esses organismos estão longe de ser sencientes.
Apesar das plantas terem mecanismos de defesa, de atracção, de estratégia de dispersão e até de reprodução, o facto de não possuírem sistema nervoso despoja-as de sentir dor.
Além disso, argumentar sobre as plantas e comer carne não é lá muito sensato: para a produção de um único quilo de carne bovina são necessários, pelo menos, sete quilos de plantas. Por outras palavras, quem come animais mata mais plantas do que alguém que só come plantas.
Leiam mais sobre o assunto aqui e aqui.
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Recursos utilizados:
The Skeptic's Dictionary: Plant Perception.
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Recursos utilizados:
The Skeptic's Dictionary: Plant Perception.
Leituras adicionais:
Kenneth Horowitz, Donald Lewis and Edgar Gasteiger. (1975). Plant Primary Perception: Electrophysiological Unresponsiveness to Brine Shrimp Killing. Science, 189. pp. 478-480.
Kmetz, John. (1975). An Examination of Primary Perception in Plants. Parapsychology Review, 6. p. 21.
Schwebs, Ursula. (1973). Do Plants Have Feelings?. Harpers. pp. 75-76.
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