O que é a tenta?
A tenta é um teste daquilo a que alguns chamam de bravura do (chamado) gado bravo de lide. Faz-se a praticamente todas as fêmeas, e a alguns machos, quando estas/estes têm cerca de dois anos de idade.
A tenta das fêmeas:
Um homem, o tentador (geralmente um picador profissional), montado em cima de um cavalo cujos olhos estão vendados, e armado com uma vara de 2,5 metros com um aguilhão na ponta, provoca cada vaquinha, de modo a que esta invista contra o cavalo para assim a castigar, espetando-lhe o aguilhão entre as espáduas e repetindo este processo, várias vezes, quando é conseguida a repetição/recarga. Muitas das jovens vacas são ainda lidadas de muleta. Tudo isto é feito nos tentadeiros das ganadarias que são redondéis ou pequenas praças de touros. Participam, para além do picador (que tem o papel principal), amadores e toureiros (ou ex-toureiros) profissionais, o ganadeiro e o pessoal superior da ganadaria. Assistem, muitas vezes, convidados. (vídeo)
A tenta dos machos:
No tentadeiro: Para as tentas feitas em tentadeiro, o procedimento é basicamente o mesmo tanto para fêmeas como para machos. As diferenças que existem visam que estes, que são dotados de uma excelente memória, se um dia chegarem a ser torturados também numa corrida de touros, não se recordem da tenta, já que isso pode ser uma desvantagem para quem os vier a lidar em praça. Assim sendo, enquanto nas tentas das fêmeas, na primeira fase, os toureiros de turno utilizam o capote para afastar as vaquinhas do cavalo, para que elas, preferencialmente, voltem a investir contra o cavalo e sejam novamente picadas com a vara, nas tentas dos machos são utilizados, para o efeito de os afastar provisoriamente do cavalo, ramos de eucalipto ou choupo. Para que os machos não vejam o capote, também se dispensa, usualmente, a lide de muleta.
Em campo aberto: Uma vez que o tentadeiro pode dar a conhecer um ambiente semelhante ao de uma praça de touros — com todas as desvantagens que daí poderão advir decorrentes da capacidade de aprendizagem e excelente memória dos bovinos —, os machos são quase sempre tentados em campo aberto. Dois cavaleiros separam de um grupo o indivíduo que querem tentar, servindo-se para isso de longas varas com que, de seguida, o perseguem até o conduzirem ao local onde se encontra o tentador. Quando o animal perseguido percebe que lhe taparam o caminho, num instinto de defesa tenta atacar o tentador, que aproveita para o castigar, da mesma forma como se castiga em tentadeiro: picando-o, repetidamente, com o aguilhão da vara de 2,5 metros. Há animais que são espetados, pela vara de castigo, doze ou mais vezes.
A violência das tentas
A tenta como acto violento para os bovinos:
Ao serem picados, com o ferro afiado e comprido que lhes rasga e perfura a pele, carne e músculos, estes animais, que estão a ser testados, sentem dores fortíssimas. Tentando libertar-se da vara, empurraram, muitas das vezes, o cavalo montado pelo picador, o que faz com que a vara lhes perfure ainda mais o corpo e os deixe severamente feridos e enfraquecidos. Para alguns, a tenta não termina após o tércio das varas ou da muleta, e são ainda violentados pelo cravar de bandarilhas, algumas dessas vezes por alunos de escolas de toureiro.
A tenta como acto violento para os cavalos:
Os cavalos, que estão mal protegidos, apenas pelo “peito” — uma espécie de capa de borracha e algodão — sofrem as investidas dos bovinos e ficam muitas vezes com lesões, em especial lesões internas nem sempre visíveis, que a tal estrutura, supostamente protectora, não consegue prevenir. Além disso, são derrubados com alguma frequência, devido às referidas investidas, ocorridas num momento em que eles estão de olhos vendados e com os movimentos dificultados pela estrutura que os deveria proteger, mas que, não só não os protege convenientemente, como é desconfortável e pesada.
No tentadeiro: Para as tentas feitas em tentadeiro, o procedimento é basicamente o mesmo tanto para fêmeas como para machos. As diferenças que existem visam que estes, que são dotados de uma excelente memória, se um dia chegarem a ser torturados também numa corrida de touros, não se recordem da tenta, já que isso pode ser uma desvantagem para quem os vier a lidar em praça. Assim sendo, enquanto nas tentas das fêmeas, na primeira fase, os toureiros de turno utilizam o capote para afastar as vaquinhas do cavalo, para que elas, preferencialmente, voltem a investir contra o cavalo e sejam novamente picadas com a vara, nas tentas dos machos são utilizados, para o efeito de os afastar provisoriamente do cavalo, ramos de eucalipto ou choupo. Para que os machos não vejam o capote, também se dispensa, usualmente, a lide de muleta.
Em campo aberto: Uma vez que o tentadeiro pode dar a conhecer um ambiente semelhante ao de uma praça de touros — com todas as desvantagens que daí poderão advir decorrentes da capacidade de aprendizagem e excelente memória dos bovinos —, os machos são quase sempre tentados em campo aberto. Dois cavaleiros separam de um grupo o indivíduo que querem tentar, servindo-se para isso de longas varas com que, de seguida, o perseguem até o conduzirem ao local onde se encontra o tentador. Quando o animal perseguido percebe que lhe taparam o caminho, num instinto de defesa tenta atacar o tentador, que aproveita para o castigar, da mesma forma como se castiga em tentadeiro: picando-o, repetidamente, com o aguilhão da vara de 2,5 metros. Há animais que são espetados, pela vara de castigo, doze ou mais vezes.
A violência das tentas
A tenta como acto violento para os bovinos:
Ao serem picados, com o ferro afiado e comprido que lhes rasga e perfura a pele, carne e músculos, estes animais, que estão a ser testados, sentem dores fortíssimas. Tentando libertar-se da vara, empurraram, muitas das vezes, o cavalo montado pelo picador, o que faz com que a vara lhes perfure ainda mais o corpo e os deixe severamente feridos e enfraquecidos. Para alguns, a tenta não termina após o tércio das varas ou da muleta, e são ainda violentados pelo cravar de bandarilhas, algumas dessas vezes por alunos de escolas de toureiro.
A tenta como acto violento para os cavalos:
Os cavalos, que estão mal protegidos, apenas pelo “peito” — uma espécie de capa de borracha e algodão — sofrem as investidas dos bovinos e ficam muitas vezes com lesões, em especial lesões internas nem sempre visíveis, que a tal estrutura, supostamente protectora, não consegue prevenir. Além disso, são derrubados com alguma frequência, devido às referidas investidas, ocorridas num momento em que eles estão de olhos vendados e com os movimentos dificultados pela estrutura que os deveria proteger, mas que, não só não os protege convenientemente, como é desconfortável e pesada.
O destino das vítimas testadas
O destino das fêmeas: À generalidade das fêmeas que são atraídas pelos cites do picador, e que investem várias vezes contra o cavalo e obtêm boa nota na tenta, é-lhes atribuída a função de procriar até aos 13/14 anos de idade, normalmente, dois anos sim, um ano não. Quanto às que não são atraídas pelos cites do picador, fogem do cavalo ou da vara ou, por outros motivos, obtêm má nota final, vão para o matadouro. Arriscamos dizer que é o que acontece a cerca de 50% das vacas testadas. (De referir que algumas vaquinhas nem chegam a ser testadas em tentas, pois são torturadas ainda antes disso, por exemplo, em treinos de toureiros e de alunos de escolas de toureio, e perdem a vida antes de completarem os dois anos de idade.)
O destino dos machos: Os machos que se mostram voluntários e, de acordo com os critérios de quem os avalia, nobres, ficam destinados à lide. Poucos meses, ou poucos anos, depois, serão torturados para gáudio de pessoas que pagam para ver. Entre os que se mostram voluntários e nobres, os que fazem pelo menos doze fortes entradas no cavalo são muitas vezes, de seguida, lidados por um novilheiro ou por um matador, com os três tércios (capote, bandarilhas e muleta), sendo que se obtiverem boa nota quer na primeira fase com o picador, quer na faena, serão destinados a cobrir vacas, dependendo a continuação desta função das características dos filhos que forem tendo. Os machos que são fugidios e demonstram medo vão para a charrua ou para o matadouro. (De referir que muitos machos, por não reunirem uma série de características, são abatidos muito antes dos dois anos de idade e não chegam a ser testados.)
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Fotografia: Tauronews – Tenta na ganadaria Varela Crujo
Veja os artigos restantes no álbum original.
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